As empresas de comércio varejista e de serviços do ABC iniciam a temporada de contratações para o final de ano. Os empregos oferecidos são, em sua maioria, temporários. Normalmente, para atender o aumento da demanda esperada no Natal e liquidações de início de ano.
No Estado de São Paulo, a estimativa é que entre 35 e 45 mil postos de trabalho sejam abertos, a maioria no comércio de rua e shoppings centers. No ABC, 3.750 vagas já estão abertas. Em sua maioria, para vendedor, empacotador, atendente de supermercado, gerente e estoquista.
Até o último dia 20 de outubro, já haviam sido quase 7.000 vagas temporárias nos shoppings de todo o Estado. E as previsões para os temporários são otimistas. Jismalia Alves, diretora da Asserttem (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário), afirma que o grande número de contratações se deve ao momento pós-crise. “Muitas das contratações poderão se tornar efetivas, porque chegou a hora de recolocar no mercado pessoas que perderam o emprego com a instabilidade econômica e esse fato ajuda no crescimento do consumo”.
“O retorno do otimismo aos consumidores é uma das razões para essa expectativa. Os varejistas estão confiantes no aumento das vendas e, para isso, precisam de profissionais capacitados para atender essa demanda”, explicou Luiz Fernando Veiga, presidente da Abrasce (Associação Brasileira de Shoppings Centers).
Para a diretora da Assertem a contratação temporária é uma realidade é vem se tornando a principal ferramenta de inserção e reinserção de mão-de-obra no mercado de trabalho. “Quem tem a oportunidade de trabalhar como temporário recicla o conhecimento e diversifica a experiência, se tornando mais competitivo no mercado”.
Questionada se há preconceito com o trabalhador que atua ou já atuou como temporário, Jismalia afirma que tal forma de preconceito parte muitas vezes dos próprios trabalhadores. “Às vezes, muitos não entendem que é uma vitrine. É uma chance de as empresas conhecerem o que o futuro empregado vai oferecer, caso seja efetivado”.
“O emprego temporário é uma ferramenta para o trabalhador que quer ingressar no mercado e é uma peça importante para suprir grandes demandas”.
Segundo o Sindicato do Comércio do ABC, a previsão de contratações para este final de ano vai variar entre 4% a 5% a mais em relação a 2008, percentual abaixo da média nacional que está em 7% acima do levantado no mesmo período do ano passado. Para Jonas José dos Santos, diretor do sindicato, 80% das contratações serão com tempo determinado de trabalho. Das quais, há uma possibilidade de 20% serem contratados efetivamente entre janeiro e fevereiro do ano seguinte.
No setor de serviços, as empresas estão recrutando operadores de telemarketing e seguranças de loja. Em supermercados e atacadistas da região, destaque para a oferta de vagas para atendente e repositor. A única exigência dos contratadores é que o candidato tenha o segundo grau completo.
O término do período de seleção e contratações está previsto para esta primeira quinzena de novembro.
Perfil do Trabalhador - Jovem, entre 18 e 25 anos, com ensino médio completo alguns recém ingressos no ensino superior. Em busca do primeiro emprego. É esse o perfil médio do trabalhador temporário. Trabalhadores experientes e aposentados também compõem o quadro dos que buscam uma oportunidade no mercado de trabalho.
Em dezembro de 2008, Paula de Toledo, 20, trabalhou em uma loja de roupas no centro de Santo André. Apesar do horário cansativo, das 8h às 20h de domingo a domingo e com apenas uma folga aos sábados, quinzenalmente, Paula considerava o emprego bom, por ser temporário e receber um salário de R$600. No dia 24 de dezembro a jornada ia até as 22h e no dia 25, até as 18h. Para ela, há possibilidade de efetivação nesse tipo de trabalho. “Se o funcionário era bom, a loja o contratava por mais 3 meses, e, quando alguém era efetivado, trabalhava das 10h às 16h de segunda a sexta, e das 8h às 14h aos sábados.”
Paula estava procurando emprego até uma semana atrás. De segunda-feira, ela tinha uma rotina de ir, de manhã, em todas as agências de emprego do centro de Santo André, onde mora, para distribuir currículos e ver se tinha algum processo seletivo acontecendo. Na terça-feira, ela fazia os processos seletivos que escolheu no dia anterior, e ia atrás das vagas que saíram no jornal de domingo. “Tem algumas empresas que só contratam pela internet, então eu cadastro meu currículo na internet também.”
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