As vantagens e desvantagens do trabalho informal já são bastante conhecidas pela sociedade; e acredita-se que ninguém trabalharia sem registro, se pudesse escolher.
Mas eu conheci e entrevistei uma mulher que pensa diferente e percebi que um dos maiores problemas que o trabalho informal traz é a ilusão.
Denise Andriani, 51, vendedora ambulante de doces, salgados e sucos e residente em Santos, litoral de SP, acredita que tem uma ótima profissão. O nível de escolaridade dela é de 2º grau incompleto e o máximo que consegue ganhar em um mês é R$1300. Denise realiza essa atividade há 7 anos e não teve muitos trabalhos anteriores registrados na carteira de trabalho.
Durante a entrevista, ela conta como gosta da liberdade que tem para trabalhar como, onde e quando quer; e mesmo trabalhando até às 22h da noite, diz que não trocaria seu trabalho por um registrado. “Não. Nunca. Imagina que eu ia querer alguém mandando em mim”, disse Denise confiante.
Ela sonha em viajar no futuro, mas quando perguntei como pensava em se sustentar quando não pudesse mais trabalhar e não recebesse aposentadoria, ela parou por um instante. “É. Eu penso em colocar um dinheirinho em previdência”, foi sua resposta.
O grande problema do trabalho informal é a comodidade que ele traz para as pessoas. Talvez Denise só pense no presente porque não tem muita instrução. E é uma pena saber que muitas outras pessoas estejam passando pela mesma situação.
Na foto: Denise Andriani em sua rotina de trabalho.
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
A ilusão vinda do trabalho informal
às 14:51 Marcadores: Entrevistas e Perfis
por Carolina Rodrigues
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