A forma mais comum de demonstração das forças do comércio informal em nosso cotidiano é, com certeza, a venda de filmes piratas. Sua procedência é a mais diversificada possível: pessoas que entram em pré-estréias com câmeras filmadoras, ou cópias que vazam pela internet.
Há de se compreender a diferença, porém, entre lucrar clandestinamente e compartilhar livremente obras de arte. Ilegal é quem fatura rios de dinheiro que não são computados pelo governo, como já disseram outros posts; eu, e provavelmente você que baixamos filmes no e-mule os assistimos e compartilhamos com nossos amigos sem nenhum interesse capitalista imediato nisso.
Claro, que quem baixa deixa de comprar. Vejamos o exemplo do filme Tropa de Elite, lançado nos cinemas brasileiros adiantadamente nesta sexta-feira, 5 de outubro. Uma pesquisa divulgada pelo DataFolha mostrou que 19% dos paulistanos já haviam assistido ao filme. E bom, se eu fosse fazer uma estatística entre as pessoas que eu conheço, esse número subiria para uns 63%.
Mas o curioso é que a maioria delas fará questão de ir ao cinema para vê-lo novamente. E eu tenho certeza, de que se não houvessem tantas pessoas fazendo uma propaganda positiva e “comprovada” do filme, o sucesso de bilheteria seria bem menor. O próprio diretor do filme, Jorge Padilla, disse que “o fenômeno demonstra uma demanda da população pelo filme e mostra que o cinema é relevante para a cultura nacional.”
Em entrevista à assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, a Motion Pictures Association, que une os principais estúdios cinematográficos do mundo, o prejuízo causado pela pirataria chega a U$198 milhões por ano. Imagine a quantidade de pessoas talentosas que deixam de ser contratadas legalmente por conta desse número?
Essa mesma associação entregou, em outubro do ano passado, o Prêmio de "Melhor Atuação no Combate à Pirataria na América Latina" ao Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos Contra a Propriedade Intelectual, que atua junto À Policia Federal Brasileira.
Na minha opinião, qualquer combate será inofensivo frente à cultura de compartilhamenteo da arte que se está criando nas novas gerações. E aí chega a polêmica: deixar de comprar é roubar?
sábado, 6 de outubro de 2007
Questão de cultura
às 14:24
por Marina Guimarães
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